quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Viagem pelos confins da Terra - Vladimir Kush


Descrição oficial: "This picture is divided quite naturally into three parts representing three elements: Heaven, Sea, and Subterranean World. Here the whole front of the picture is taken up by the image of the subterranean world, where a giant egg-shaped rock fragment hangs between sharp jags of the cliffs. In the background of the picture we see a cloud in the shape of a bird flying away. This creates connection between the front and the background giving rise to associations with Polynesian myths of the Creation of the Earth from the Egg laid into the Ocean by the giant bird. Sails in the sea and hovering birds are symbols of wind, breath, and human soul. Being arranged in the nearly vertical direction, they produce the feeling of the cosmic infinity of the world around. In the Upanishads, a great Indian philosophical work preoccupied mainly with matters like the nature of the Universe, two birds perch on a branch of the Cosmic Tree; one of them takes its food, while the other is guarding it."

Tradução: "Esta pintura é dividida naturalmente em três partes que representam três elementos: Céu, Mar e Mundo Subterrâneo. Toda a frente da pintura é coberta pela imagem do Mundo subterrâneo, onde uma gigante rocha de forma oval se segura entre as rochas afiadas da falésia. Na parte mais afastada da pintura, vê-se uma nuvem com a forma de um passaro a voar. Isto cria a conexão entre a frente e a parte anterior da pintura, dando a entender associações com os mitos polinésios da criação da Terra desde o ovo do subterrâneo que passa pelo mar até que nasce como um passaro e voa. Marinheiros no mar e os passaros no subsolo são simbolos de vento, a respiração e a alma humana. Estando estes elementos dispostos de uma forma vertical eles produzem a sensação do infinito cosmico que são o Mundo e o Universo.  Nos "Upanishads", um excelente trabalho filosofico indiano que se preocupa sobretudo com matérias como a natureza do Universo, dois passaros estão empoleirados num galho da arvore cosmica; um deles esta' a alimentar-se, enquanto o outro a guardar o alimento."

Interpretando o simbolismo, o céu sera' o sonho, o mar a realidade, onde esta' inserida grande parte da vida na Terra e onde esta' também o navio que representa o Homem, e o Mundo inferior sera' aquele que esta' por detras da realidade. Se se reparar este Mundo subterrâneo ocupa mais de metade da pintura e é constituido apenas por poucos passaros, rochas ingremes e o tal ovo gigante. O ovo podera' ser os recursos que o planeta tem, escondidos da superficie, guardados por uns poucos passaros e acima de tudo suportados por rochas pontiagudas, revelando o perigo que o "ovo da vida" corre. Este ovo pode representar também os valores humanos, aqueles de que somos contituidos naturalmente e que cada vez mais temos enterrado. Por outro lado, se o passaro representa o sonho, repare-se que esse sonho se esta' a afastar de uma forma rapida, como a imagem o sugere, do barco que representa o Homem. E estamos também bastante distantes do ovo, ou representação dos nossos proprios valores. Assim, o homem navega longe do que de bom tem e longe do sonho de o recuperar. A costa é também uma parte curiosa da pintura, porque normalmente ela representa o conforto, sendo que quando os marinheiros chegavam à costa estavam em terra firme. Neste caso a costa acaba no abismo... E se notarem, o barco do Homem esta' mesmo apontado para o abismo.

Se quiserem fazer a vossa propria interpretação, força!


Sem comentários:

Enviar um comentário